A expressão de Egon Schiele
Aluno de Gustav Klimt, o austríaco Schiele viveu até seus 28 anos e foi morto precocemente pela gripe espanhola — é conhecido por obras que ressaltam a pele, o corpo e o erótico.
Por conta da ousadia necessária para posar em telas rebeldes em vista à moralidade europeia vigente, sua esposa Edith Schiele, foi a principal modelo para o artista após 1915, onde suas obras ganham notas de ternura e intimidade, possivelmente reflexo da nova vida conjugal.
Entretanto, mesmo ela não foi capaz de satisfazer as exigências do pintor que começava a procurar sua irmã, Adele, para ajudá-lo. Egon deixava perceptível a procura por expor corpos esguios e magros, características que se tornavam ainda mais salientes em tela — molde que sua esposa já não se encaixava como outrora.
Encontrar tantos autorretratos entre as obras de Schiele se mostra lógico, afinal, sua criação era um modo de fazer com seu sintoma, sublimando e exagerando os afetos teatralmente como forma de tornar o passivo em ativo — sua performance corporal intrigante se assemelhava com o que as histéricas tratadas pelo neurologista e professor do futuro pai da psicanálise, Jean-Martin Charcot apresentavam, fato que instiga questionamentos até hoje.
Comentários
Postar um comentário