A expressão de Egon Schiele

Aluno de Gustav Klimt, o austríaco Schiele viveu até seus 28 anos e foi morto precocemente pela gripe espanhola — é conhecido por obras que ressaltam a pele, o corpo e o erótico.


Self-Portrait with Striped Shirt (1910)

Diferente de seu mestre, o aprendiz produzia com traços irregulares e frágeis os retratos de si e de outros que serviam como modelos. 

Nude Self Portrait (1916)

Se Klimt trabalha com a fantasia voyeurística de penetrar a cena íntima do outro, Schiele vai a contramão e conscientemente perverte os objetos a seu bel prazer  mostrando sua presença ele os torce, estica e os torna estranhos.

O artista brinca com todas as possibilidades do corpo e de suas posições não óbvias. 

Reclináveis Nu Feminino (1917)


Por conta da ousadia necessária para posar em telas rebeldes em vista à moralidade europeia vigente, sua esposa Edith Schiele, foi a principal modelo para o artista após 1915, onde suas obras ganham notas de ternura e intimidade, possivelmente reflexo da nova vida conjugal. 


Entretanto, mesmo ela não foi capaz de satisfazer as exigências do pintor que começava a procurar sua irmã, Adele, para ajudá-lo. Egon deixava perceptível a procura por expor corpos esguios e magroscaracterísticas que se tornavam ainda mais salientes em tela 
 molde que sua esposa já não se encaixava como outrora.  


Husband and Wife (Hug), 1917

Mulher Sentada com a Perna Esquerda Dobrada/ Adele Herms (1917)

Encontrar tantos autorretratos entre as obras de Schiele se mostra lógico, afinal, sua criação era um modo de fazer com seu sintoma, sublimando e exagerando os afetos teatralmente como forma de tornar o passivo em ativo  sua performance corporal intrigante se assemelhava com o que as histéricas tratadas pelo neurologista e professor do futuro pai da psicanálise, Jean-Martin Charcot apresentavam, fato que instiga questionamentos até hoje.


Nu Masculino Sentado/Autorretrato (1910) 

Nu Deitado com Pernas Afastadas (1914)

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